18.7.05

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All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes Jack a dull boy. All work and no play makes
Jack
depois,... matou a família toda com um machado...

11.7.05

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CÂNTICO NEGRO

"Vem por aqui"--- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí!
Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

joseRegio
José Régio

7.7.05

:: ces petits riens # 1

F estava em casa quando tocou a campainha.

F - tou?
E - sou eu. abre.
F - não posso. pergunta-me porquê.
E - porquê?
F - porquê o quê?
E - porque é que não abres?
F - porque é que não abro o quê?
E - a porta?
F - tens de fazer a pergunta completa do ponto de vista da língua portuguesa.
E - porque é que não podes abrir a porta?
F - 1º porque o francisco te tinha dito para vires cedo para casa.
....2º porque se abrir, a privacidade do francisco vai toda pelo esgoto a baixo.
....3º porque não sabes a senha. eu sei a contra-senha. Tu sabes a senha?
E - abre a porta.
F - não. a senha.
E - vá lá, abre.
F - a contra-senha é: "bife com batatas fritas e ovo a cavalo". sabes a senha?
E - hoje sou eu a cozinhar. se não abrires não jantas... vá lá, abre.
F - não. a minha privacidade primeiro.
E - comprei chocolates...
F - não quero.
E - com amêndoas e mel.
F - não. não gosto de mel. Tens dos outros? d’avelã?
E - não...
F - também não podia trocar a privacidade do francisco por avelãs. não tava certo. é muita coisa em jogo... percebes não é?
E - não. abre a porta s.f.f.v.
F - dá-me um motivo.
E - tou cansada, passei...
F - um bom motivo; um motivo válido.
E - se não me interromperes...; tou cansada, passei o dia a trabalhar, apanhei transito, fui às compras e ainda tenho

....o jantar pra fazer e além...
F - nada disso se compara à integridade da privacidade do francisco.
E - porra, abre-me a puta da porta que tou carregada de sacos... não achas que é um bom motivo?
F - eu queria, mas não posso.
E - merda. Egoísta.
F - até nem sou parvo nenhum e compreendo o teu lado... mas a segurança está primeiro.
E - o que é que isso tem a haver?
F - isso o quê?
E - a merda da segurança. qual segurança porra?
F - é por uma questão de segurança que existem as contra-senhas. Sem elas, as senha de nada valiam.
E - merda para a puta da merda das senhas mais os ovos a cavalo...
F - não se trata das senhas, mas sim da privacidade do francisco enquanto indivíduo.
E - merda para a integridade da tua maldita privacidade...
F - consegui passar o dia inteiro sem ter de falar com ninguém e não vais querer ser agora tu a estragar tudo!? Ou vais?...
E - pró diabo tu, mais o teu egoísmo e mais o teu fanatismo pla tua estúpida “religião do indivíduo”. Abre a porta!!!
F - se abro tenho eu de sair.
E - então sai. Vai pró inferno...
PsychoGrito
F desceu plas escadas, ele mais a privacidade do francisco. Enquanto ela subiu de elevador [schinler. Lotação máxima: 4 pessoas; carga máxima: 320kg; crianças com menos de 6 anos devem viajar acompanhadas por adultos. A United Technologies Company] mais os sacos das compras.

©xserra